Segundo José Maria Neves, citado hoje pela Inforpress, na deslocação à Alemanha está prevista também a assinatura de um acordo com os "aspetos institucionais, jurídicos e financeiros" que garantirão um "quadro propício" de investimentos por parte do sector privado.
O primeiro-ministro falava no final de um encontro com a vice-ministra presidente do Estado e ministra dos Assuntos Económicos, Proteção Climática, Energia e Planeamento Territorial do estado alemão da Renânia Palatinado, Eveline Lemke.
O chefe do executivo cabo-verdiano sublinhou a importância do projeto, enalteceu o empenho de outros governos, designadamente do Luxemburgo, que também "está profundamente empenhado" na realização do programa.
O projeto, acrescentou, vai abranger, além das energias, setores como a indústria, pesca, agricultura e outros "negócios importantes" para Cabo Verde e toda a região da África Ocidental.
"O projeto das energias renováveis vai ter um impacto grande, não só a nível da energia, mas também na produção da água nas diferentes ilhas do país", sublinhou.
O projeto, relevou José Maria Neves, é "uma oportunidade de emergência" para um conjunto de empresas da comercialização, fabricação, instalação, gestão e manutenção dos equipamentos.
"Temos todo o interesse em desenvolver uma forte parceria estratégica com a Alemanha, mas também queremos sobretudo que este projeto seja suficientemente inovador, para desenvolvermos outras parcerias no quadro da África Ocidental e do continente africano", declarou o primeiro-ministro cabo-verdiano.
Por seu lado, Eveline Lemke, que conclui hoje uma visita de trabalho de três dias a Cabo Verde, manifestou a disponibilidade alemã em continuar a colaborar com as autoridades cabo-verdianas na implementação do projeto.
"Já convidei o primeiro-ministro a visitar a Renânia Palatinado, outra vez (a primeira foi em 2012), para discutirmos mais sobre o projeto, uma vez que já temos agora o conceito e a visão técnica", precisou.
Segundo Eveline Lemke, trata-se de um "projeto com visão" que "tem que ser posto em prática".
"As empresas da Renânia têm soluções, Cabo Verde está interessado. Agora é trabalhar no financiamento deste programa", acrescentou, garantindo que a Alemanha quer iniciar a parceria neste domínio o "mais rapidamente possível".
A visita de dois dias da governante alemã a Cabo Verde culminou com a assinatura de um memorando de entendimento visando a colaboração no domínio da energia.
O Renânia Palatinado está há um ano a apoiar Cabo Verde na conversão do seu sistema energético, tendo um estudo do Governo cabo-verdiano, com especialistas alemães, orçamentado o projeto em 1.200 milhões de euros, para que o arquipélago, até 2020, se torne dos primeiros países a usar o sol e vento a 100% na produção de energia.
Artigo colocado por: Bruno Bento